A Arte da Omissao

ACORDEM

Grécia: Capitalismo e empréstimos predatórios

Links dentro de «» e realces desta cor são da minha responsabilidade

Tradução do artigo escrito em  18 de Julho  2011, por John Perkins, um ex assassínio económico

Queridos amigos,

Enquanto escrevo esta mensagem,  assisto ao caos económico na Grécia. Estou certo de que partilhamos o receio do colapso económico galopante entre os países europeus – e na verdade, em todo o mundo. Esses eventos são casos clássicos que tenho detalhado nos meus livros – “Confesssions of An Economic Hit Man” e “Hoodwinked.

Neste processo, esta nação, onde a democracia foi  implantada pela primeira vez há mais de 2000 anos, demonstra claramente  como o capitalismo predatório funciona para reduzir as liberdades dos seus cidadãos. O povo grego não  concordou em aceitar essas dívidas, quando a maior parte do povo grego em nada beneficiou; no entanto serão castigados nos próximos anos, porque foram ludibriados pela comunidade bancária internacional e também pelos próprios dirigentes corruptos.

Os resgates só servem os credores e escravizam os devedores. Embora grandes protestos encham as ruas de Atenas contra as medidas draconianas impostas pela União Europeia e pelo FMI, os líderes do país estão a desmoronar; eles aceitam os resgates. Tornou-se evidente que, por exemplo,  os nossos resgates em relação à nossa própria crise nos Estados Unidos, só beneficiaram a corporatocracy, com pagamentos de bónus ultrajantes a eles próprios. Este método da contracção de empréstimos contra o bem-estar dos cidadãos de um país serve apenas para aumentar o poder dos bancos centrais, o FMI e os donos das empresas.

Nos meus livros, escrevo sobre como a economia mundial e a política de hoje são controladas por muito poucas pessoas – a Corporocracia.  Isto é claramente demonstrado pelo facto de que sempre que ocorre uma “reestruturação da dívida” ou “perdão de dívida”,  atingem-se ofertas que incluem privatizar partes da economia que anteriormente eram consideradas públicas. Escolas, prisões, mesmo partes significativas das forças armadas são vendidas aos corpos multinacionais. Os que exigem menos da governação,  – conscientemente ou não, apoiam o novo tipo de imperialismo corporativo.

Estas empresas usurpam os motores de crescimento económicos, que historicamente têm sido considerados como pertencentes ao domínio público. Quando eu era um assassínio económico, durante a década de 1970, ordenaram-me que implementasse as mesmas medidas em muitos países do chamado “Terceiro mundo”. Levei quase uma década para ver além da fumaça e dos espelhos dos modelos do World Bank/Business School, mas eventualmente acabei por entender que se tratava nem mais nem menos do que um grande roubo. Agora ele golpeou a Islândia, Irlanda e Grécia; Espanha e Portugal estão na mira. O grande roubo é uma escalada nos Estados Unidos, com o actual ciclo de campanhas de corte no orçamento.

Eu pessoalmente estou indignado com entidades eleitas que caiem nos jogos da Corporocracia. Dizem-nos que os nossos funcionários são incapazes — e que as corporações podem fazer um trabalho melhor. Os chamados “patriotas” denegriram o governo  que ganhou a Segunda Guerra Mundial, construíram os nossos sistemas de estradas e  ajudaram-nos a  tornar a nação mais rica da história. Mas agora, os generais do exército são substituídos por mercenários da «Blackwater».  Os sistemas de água e saneamento são  entregues aos directores,  cujos salários excedem o de  todos os homens e  mulheres que colocam os tubos e mantêm o fluxo de água.

Quando os  oficiais eleitos são financiados por corporações, forçam  o governo a afastar-se, cortam as regulações que foram estabelecidas após a grande depressão, as redes de segurança, derrubam as corporações de Wall Street, levam-nos para esta recessão horrível e, em seguida,  exigem ao governo que financie a sua recuperação e que venda os seus activos. Nossos activos.

Lembrem-se que, nada disto é sobre a criação de um mundo melhor para nós e nossos filhos. Trata-se de destruir a democracia, ao retirar o governo pelo povo e substituem-no pelo governo da Corporocracia. Apesar da retórica de vermelho-branco-e-azul, todas estas acções reforçam esta New World Order / NOVA ORDEM MUNDIAL imperialista,  a Corporocracia.

Nós podemos aceitar um governo de gerência corporativa. É preciso votar fora aqueles que estão nos cadernos do banco corporativo lobista e votar em quem pode realmente fazer a diferença. Temos de rejeitar os barões da Corporocracia.

Há muitos anos, um Shuar da Amazónia disse-me: “o mundo é como você o sonha”. Nós podemos negociar nesse antigo pesadelo de poluentes de indústrias, rodovias entupidas e pessoas com fome, por um novo sonho com base em princípios socialmente responsáveis e honrando a sustentabilidade da terra  e a igualdade. Nós temos o poder de criar a mudança profunda e duradoura.


Não falta neste mundo, quem e na primeira pessoa exponha a Nova Ordem Mundial. O padrão é sempre o mesmo. Tanto o da elite, como o nosso, que a meu ver é muito mais grave. Continuamos a não querer saber, a “engolir” as notícias que interessam passar, simplesmente não queremos saber.!

 

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Informação

This entry was posted on 19 de Julho de 2011 by in Grécia, John Perkins and tagged , , .

Navegação

Categorias

Follow A Arte da Omissao on WordPress.com
%d bloggers gostam disto: