A 13 de Outubro foi noticiado no Expresso a criação do um grupo de trabalho no Ministério da Finanças, com o fim de estudar a criação de um banco de fomento, cuja missão seria a de financiar a nossa economia, com os 20 mil milhões de euros que se espera receber, no próximo quadro comunitário de apoio 2014-2020. Ainda noticiado pelo Expresso, o autor da ideia teria sido Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Vários bancos, anonimamente, (não se percebe porquê!) contestaram a ideia.
Para Carlos Costa, esta instituição financeira de capitais públicos, teria o papel de gerir os fundos comunitários reembolsáveis que sejam atribuídos a Portugal.
As críticas vindas da banca incomodaram-no e sem conhecer os autores das mesmas, contacta Faria de Oliveira, representante corporativo da banca para lhe facultar as suas ideias, com detalhe, sobre o banco de fomento. A instituição não será um banco, logo não será concorrente com a banca comercial.
Faria de Oliveira leva a mensagem aos banqueiros privados, mas estes, não ficaram descansados (porque será?) e no dia 6 de Novembro numa conferência do Diário Económico, Fernando Urlich (presidente do Banco Português de Investimento), Vieira Monteiro (líder do Santander Totta) e Ricardo Salgado (Presidente executivo do BES, em uníssono disseram não à ideia. (mas mandam assim tanto?). A resposta do governo não tardou, pela voz de Álvaro Santos Pereira, recusando o que chamou de “críticas dos grupos de interesses” e assegurou que o avanço do banco de fomente seria “meramente político”.
Mas Carlos Costa, decidiu então dar explicações aos todos poderosos,e em 11 de Novembro, terá enviado a Ricardo Salgado, uma missiva onde teria afirmado que o Banco de Portugal contribuiu, ainda que numa forma reservada, para a criação da instituição financeira, que terá como objectivo o uso dos fundos estruturais e será um complemento do sistema bancário, no financiamento a pequenas e médias empresas. A 13 de Novembro, Salgado recua nas críticas e constata que o banco de fomento “pode mesmo ajudar as pequenas e médias empresas a terem financiamento em condições mais atraentes e médio e a longo prazo”. ( o que terá motivado a mudança súbita de opinião?)
Carlos explica ainda que a UE, é favorável ao um maior uso de instrumentos financeiros reembolsáveis, do que aos recursos tradicionais concedidos a fundo perdido. Os fundos referenciados são os de coesão, social europeu, desenvolvimento regional, agrícola e pescas. A maximização dos recursos, a indução da concretização de investimentos racionais geradores de retorno, os quais desencadearão um efeito multiplicador desses fundos na economia, são as mais valias do projecto. O banco de fomento nacional, para Carlos é a melhor solução para gerir os fundos reembolsáveis e seria reconhecido como parceiro nacional da UE.
Fonte: Jornal i de 24 /25 de Novembro
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É tudo muito bonito mas quem vai regular? É do conhecimento geral que regular é meramente uma palavra e quem não quer ser regulado, coloca um pé na entidade reguladora e o outro na entidade a regular. Os braços do polvo estão infiltrados em todos os sectores do mundo, financeiro, energético. alimentar, saúde, educação, governos. A Europa e Portugal fazem parte desse mundo.A cada dia que passa mais se expandem os seus tentáculos, porque continuam a existir seres humanos que não se importam de desempenhar o papel de fantoches, a troco de dinheiro, posição e até algum (só algum) poder.
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Frases desta cor são da minha responsabilidade.