A Arte da Omissao

ACORDEM

Afinal há paredes que têm ouvidos

O fim do Grupo Espírito Santo em discurso directo

Por vezes o Cosmos resolve dar uma ajudinha. E fê-lo, colocando à disposição do SOL, os registos gravados das reuniões que tiveram lugar no edifício do Grupo Espírito Santo (GES) na Rua de São Bernardo, em Lisboa, entre o  final de 2013 e verão de 2014.

“Na reunião de 2 de Junho, um mês e meio antes da detenção e constituição de arguido de Ricardo Salgado, pairava já a sombra da falência. O desespero torna-se evidente. A família chega a um consenso para a cartada de último recurso: um pedido de ajuda às autoridades portuguesas, para viabilizar um financiamento bancário de emergência – através da Caixa Geral de Depósitos – ao ramo não financeiro do grupo”.

Para alivar a porta do Espírito Santo International dos credores que a não largavam, procuraram em Portugal por um apoio financeiro no valor de 500 a 750 milhoes de euro, dando como garantia os hoteis Tivoli e a Herdade da Comporta.

“A meio da reunião, apesar de a ideia atropelar as regras da supervisão, Ricardo Salgado arriscou e ligou ao governador do Banco de Portugal. Não se saiu bem: Carlos Costa declinou (a linha de recapitalização é apenas para os bancos) e alertou para os riscos de contágio – ao BES e a todo o sistema bancário – das dificuldades das empresas do GES. A família vira-se para um nome de peso, Carlos Moedas, na altura secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro. Ricardo Salgado foi  de novo o interlocutor e a conversa levantou o moral do Conselho: o governante disponibilizou-se, não só para contactar o presidente da CGD, José de Matos, como para interceder junto do ministro luxemburguês da Justiça (um luso-descendente) para que Salgado pudesse ter acesso a informações sobre a investigação que a Procuradoria deste país acabara de instaurar e que caíra como uma bomba no Conselho.”

(fonte)

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1 comments on “Afinal há paredes que têm ouvidos

  1. Rafael
    21 de Outubro de 2014

    “para que Salgado pudesse ter acesso a informações sobre a investigação que a Procuradoria deste país acabara de instaurar”.
    Para se saber coisas, supostamente, confidenciais, recorre-se às mais altas influencias possiveis. Para isso basta estar no topo da suposta piramide.
    Enquanto isso, nós cá embaixo, temos de aguentar!!!
    Cambada!!!!!

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This entry was posted on 20 de Outubro de 2014 by in banca, classe política, corrupção, Portugal and tagged , .

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