A Arte da Omissao

ACORDEM

Mapa dos campos de cultivo de milho transgénico em Portugal

A transparência é algo que faz com que algumas conversas que tenho com amigos e família, se acedam, porque simplesmente não acredito no sistema e mais uma vez confirmo que tenho razão.

Embora o ministério recolha anualmente as  informação acerca das plantações OGM , “só divulga dados muito incompletos e tem vedado o acesso do público às localizações exatas dos terrenos”. Para a Deco foram precisas cinco ações em tribunal para obter os dados completos de 2005 até 2014.

Consulte o mapa aqui e mobilize-se

23 comments on “Mapa dos campos de cultivo de milho transgénico em Portugal

  1. voza0db
    9 de Maio de 2015

    Boas 😉

    Já me fizeste 😆

    “… e mobilize-se”

    A MANADA já está DEVIDAMENTE MOBILIZADA!

    Ou… Como diz o outro…

    A MANADA quer é o mesmo do costume!

    Abraço
    Be 😎

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    • urantiapt
      9 de Maio de 2015

      tenho que acreditar que o nosso alheamento termine. Tenho que acreditar.

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  2. Paulo Andrade
    9 de Maio de 2015

    Pelo que soube, são 5.000 hectares espalhados por Portugal. O milho não é nativo de Portugal, nem tem parentes silvestres fora da América Central. Os impactos no ambiente, por fluxo de genes, são portanto nulos. Quanto aos impactos em insectos não alvo e na microbiota do solo, está claro que também são nulos. Restam, portanto, os danos à saúde humana. Estes serão provenientes dos alimentos transgênicos que chegam a Portugal, muito mais do que o milho plantado na terra. Portanto, devo concluir: o que importa a quem quer que seja, exceto ao produtor, onde se planta este milho?

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    • urantiapt
      9 de Maio de 2015

      Esse milho não vai alimentar animais depois vendidos aos seres humanos?

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      • Paulo Andrade
        9 de Maio de 2015

        O milho provavelmente vai ser usado como ração. Mas o gado (bovino, ovino ou porcino) e as aves que comem milho transgênico não ficam transgênicos por causa disso e não sem nem um miligrama diferentes dos animais alimentados com milho convencional.

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      • urantiapt
        9 de Maio de 2015

        Neste documentário jornalístico sério, os animais são alimentados com farinha de milho OGM.
        (https://www.youtube.com/watch?v=HWC5w1j0wtY&list=PLUmISvAlfWxrFXqmObQjDjgQ7Gef4INLu)

        https://www.youtube.com/watch?v=UM1u_0KGn9c (contaminação ambiental)

        Para não falar do glifosato, ingrediente principal do Roundup Ready, que acompanha SEMPRE qualquer plantação OGM. (https://www.youtube.com/watch?v=zlUftsYVbvE)

        Para mim é drástico, porque estamos a falar de saúde pública e da entrega do controlo das sementes do tudo o Mundo, se esse Mundo o permitir, a Multinacionais que querem fazer o que a Natureza sempre fez ao longo dos tempos.

        Desde o principio dos tempos, que as sementes orgânicas, com as suas mutações genéticas naturais, eram “governadas” pela natureza e pelos agricultores.

        Espero que realmente veja estes documentários e procure por mais notícias sobre este debate.

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      • voza0db
        9 de Maio de 2015

        Adorei a parte na qual TUDO É NULO!

        Simplesmente hilariante a alucinação!

        E tu, urantiapt, ainda queres acreditar em quê?!?

        Be 😎

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  3. Paulo Andrade
    9 de Maio de 2015

    Urantiapt, é meu dever te alertar que o artigo linkado de Trevisan e cols apenas levanta uma hipótese. Há, contudo, várias informações que são indispensáveis para julgar se a hipótese é minimamente válida: primeiro, as abelhas em geral não visitam as flores do milho: esta espécie é polinizada pelo vento; em segundo lugar, a presença de pólen de milho transportado pelo vento para as colmeias é muito reduzida em relação aos demais polens; em terceiro lugar, a proteína Cry1Ab não mata da mesma forma qualquer lepidóptero: ela é muito mais efetiva para as lagartas do milho do que para espécies filogeneticamente afastadas; em quarto lugar, a proteína Cry1Ab é expressa em níveis muito baixos no pólen do milho. Com tudo isso, a hipótese de que possa haver algum dano à traça da cera é completamente afastada. Além disso, há um grande corpo de evidências científicas publicadas em revistas de corpo editorial rígido que mostram a ausência de efeitos “off target”. Por fim, no manejo normal de colmeias, os favos antigos são retirados: não há apicultor algum que abandone suas abelhas desta forma e isso só aconteceria com colmeias selvagens, que estarão muito provavelmente longe do milho transgênico.

    Aliás, os próprios autores citados observaram que a ingestão de cera e pólen transgênico parece ser um problema apenas se não houver qualquer outro pólen, algo que podemos considerar impossível na vida real. Não faz sentido acreditar na hipótese de dano às colmeias, tão afastada da realidade.

    Também preciso te dizer que os vídeos e textos de jornal enviados não têm qualquer valor frente à ciência e que, na maioria das vezes, são só alarmismo.

    Por fim, não posso deixar de te apontar um grave erro: o glifosato não tem nenhuma relação com o milho plantado em Portugal, que é a variedade MON810, única até agora adotada pelos agricultores na Europa. Ela é, como tu sabes, resistente a insetos, devido à proteína Cry1Ab. Sugiro um aprofundamento técnico sobre o tema ou vais fatalmente comprar (e vender) gato por lebre.

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    • urantiapt
      10 de Maio de 2015

      Paulo

      Obrigado pela correcção do glifosato e o nosso milho MON810.

      Muito recentemente, o Parlamento Europeu aprovou uma directiva que permite que os Estados Membros tenham mais flexibilidade na proibição ou eliminação dos cultivos de organismos OGM. E porquê? Porque muitas vozes dos Estados Membros já se levantam nesse sentido. Será que todos não têm conhecimentos técnicos?

      Mas voltando ao nosso milho MON810. Os países seguintes baniram-no arbitrariamente?

      Austria: Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810, MON 863 and T25
      Notified in June 1999, initially under Article 16 of Directive 90/220/EEC, and subsequently maintained in February 2004 under Article 23 of Directive 2001/18/EC;
      Suas justificações técnicas (http://stopogm.net/sites/stopogm.net/files/810+25.pdf)

      France: Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810.
      First notified in February 2008, under Article 23 of Directive 2001/18/EC; and under EU Regulation 1829/2003
      Em 2015, bane em definitivo o cultivo de milho MON810. (http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/franca-proibe-definitivamente-milho-transgenico-da-monsanto

      Germany: in April 2009 the agriculture Minister, Ms. Aigner, announced a ban on cultivation and sale of MON 810
      Greece: Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810.
      Application lodged in April 2005 under Article 18 of Directive 2002/53/EC, and subsequently in January 2006 extended/maintained the measure under Article 23 of Directive 2001/18/EC;

      Hungary: Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810.
      Notified in September 2006, under Article 23 of Directive 2001/18/EC;
      Ban on cultivation and commercial use of potato Amflora
      Notified in June 2010

      Italy: (Updated in Aug 2014)
      General ban on cultivation of GE corn MON810
      Notified by inter-ministerial decree (Health-Environment-Agriculture Ministers) entered into force in August 2013. This ban will stay in place till will be taken – at European level -steps connected to art. 54, comma 3 regulament 178/2002 (CE) and anyway not more than 18 months.

      Luxembourg : Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810.
      Notified in March 2009, under Directive 2001/18/EC
      Ban on cultivation and commercial use of potato Amflora
      Notified in June 2010

      Poland: (Updated in July 2014)
      Ban on cultivation of Monsanto’s maize MON 810.
      Application lodged in January 2013 under Article 16 of Directive 2002/53/EC (The EU’s Seeds Directive). The ban under the Seeds Directive affects all MON 810 varieties.
      Ban on cultivation of BASF’s potato Amflora. Application lodged in January 2013 under Article 16 of Directive 2002/53/EC (The EU’s Seeds Directive).

      Romania: Ban on cultivation of MON 810 maize announced by Environment minister Korodi on 27 March 2008.
      The Romanian government has indicated that it intends to install the ban on the same legal grounds as France: under Article 23 of Directive 2001/18/EC; and under EU Regulation 1829/2003. Enactment of the ban is expected in April 2008.

      Switzerland: (Updated in July 2014)
      In 2005, the Swiss voted by referendum a 5-year moratorium against the commercial cultivation of GM crops and animals. The Swiss government decided to extend this moratorium till 2013.
      In 2012 the Swiss Parliament voted for a second extention of the moratorium until December 2017.

      Muitas vozes civis e técnicas felizmente já se levantam. GMO-FREE EUROPE Conference 2015
      Future Opportunities and Challenges, Berlin, May 6 – 8 2015 (http://www.gmo-free-europe.org/)

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      • voza0db
        10 de Maio de 2015

        Eu nem me quero esticar muito pois já deu para entender que a lâmpada genética está com o filamento fundido!

        “Our results show that transgenic crops expressing Cry1Ab protein at 5000 ppb may affect food consumption or learning processes and thereby may impact honey bee foraging efficiency.”

        E muito mais haveria a referir mas de pouco serve!

        Depois regressamos ao típico discurso salafrário, que posso agora resumir termina sempre com a palavra ‘NULO’!

        Outra coisa que sempre adoro contemplar é a técnica que estes “cientistas” utilizam para tentar colar engenharia genética ao natural!

        E tudo se resume numa imagem de “pirâmide invertida”

        Como se o que eles fazem em laboratório tivesse alguma semelhança com o que a NATUREZA executa!

        Mas passo agora ao mais divertido!

        Quanto ao nosso querido MON810, este conseguiu um feito estórico!

        Fez sexo vegetal com uma bactéria (Bacillus thuringiensis subsp. kurstaki) e zás… Roubou-lhe um gene designado pelos animais umanos de “cry1Ab” que quando se exprime produz uma endotoxina que confere resistância a insectos da ordem Lepidopteran (larvas e borboletas)!

        Como o MON810 é um tarado infiel vai e zás… Fez sexo vegetal com outra bactéria (Ochrobactrum anthropi strain LBAA) e a esta sacou-lhe no processo de divórcio o gene goxv247, este fornece tolerância ao herbicida glifosato pois degrada-o! (1)

        A degeneração grassa, e o MON810 vai e pimba… Fez sexo com a Agrobacterium tumefaciens (sacando a strain CP4) e com tanto sexo vegetal achou que precisava de um antibiótico, e como nas farmácias estão caros, violou a Escherichia coli (Tn5 transposon) e assim conseguiu o MON810 produzir o seu próprio antibiótico!

        Desta palhaçada toda retiro que não compreendi porque razão afirma o geneticista a seguinte TRETA “o glifosato não tem nenhuma relação com o milho plantado em Portugal, que é a variedade MON810″…(1)

        “In these results, we argue that modified Bt toxins are not inert on nontarget human cells, and that they can present combined side-effects with other residues of pesticides specific to GM plants. Copyright © 2012 John Wiley & Sons, Ltd.”

        Espero bem que não ande a passar disto debaixo dos sovacos a pensar que é desodorizante! Mas se andar olhe… Não se preocupe que aquilo é inócuo e o mais provável é produzir um efeito NULO 🙄

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      • Paulo Andrade
        10 de Maio de 2015

        Caro Urantiapt.

        A flexibilização da aprovação ou rejeição para os estados membros é uma decisão política: a avaliação de risco, que é técnica, é feita pela EFSA, como você sabe, e vale para todos os países da EU, inclusive os que rejeitam os OGMs. A EFSA nunca viu problemas ambientais nem à saúde humana ou animal. Os vários países que você cita como rejeitadores têm como política evitar o plantio de cultivos GM, mas não podem deixar de importar grãos GM para seus animais e provavelmente vão continuar consumindo comida GM americana. Fazer o que, se não produzem suficiente para si mesmos e têm que importar boa parte dos grãos e uma parte substancial dos alimentos processados? Mas isso é só tergiversação: a decisão é política, a ciência por trás da decisão é nula.

        Na verdade, os órgãos técnicos franceses, austríacos e outros, responsáveis internamente pela avaliação de risco, nunca rejeitaram os OGMs (o texto da Áustria que você passou, por exemplo, é um relatório de especialistas locais ao Serviço de Meio Ambiente do Ministério da Saúde e não uma decisão de órgão técnico austríaco) e o banimento vem da classe política, junto com os ativistas. Isto não vai estar claro nos sites que você consulta, evidentemente, porque são justamente os ativistas mais dedicados à causa do GMO-free World. A leitura só dos seus like-minded não ajuda a compreensão da questão.

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      • urantiapt
        10 de Maio de 2015

        Paulo não me fale em agências reguladoras.

        Não foi só a política a ficar refém de grandes interesses e das grandes corporações. A industria alimentar e a Big Pharma, também estão. Constantemente são noticiados os variados conflitos de interesses entre reguladores e seus clientes. E a EFSA não é uma excepção.

        Quando o cenário é este, como pode afirmar que cientificamente os OGM’s não fazem mal a ninguém?

        O laboratório não é DEUS. As pessoas que por esse mundo fora, falam das suas próprias vivência deviam ser respeitadas e o que relatam deviam ser tomado em conta. Nós somos as cobaias. Só a longo prazo, é que os resultados definitivos virão à superfície. As industrias, não podem esperar tanto tempo, senão não ganham dinheiro.

        Estamos em campos opostos. Mas ambos estamos expostos ao mesmo sistema.

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  4. voza0db
    10 de Maio de 2015

    Cheira-me que temos geneticista no bloco! E assim sendo está mais que justificada a nulidade aqui deixada…

    Algo que nunca me surpreende… Afinal de contas o geneticista não quer perder a fonte de rendimento de papel-moeda, e há-de defendê-la custe o que custar, e a quem custar!

    Mas enfim… É o sistema que temos!

    E como dizem os alemães

    “wer glaubt, alles zu wissen, muss noch viel lernen”

    E como eu digo

    “Quem está ofuscado só acredita naquilo que o ofusca”

    Be 😎

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    • Paulo Andrade
      10 de Maio de 2015

      Parece que nosso caro vozaOdb é adepto dos ataques pessoais e fiel leitor dos sites contra os OGMs. Em vez de se expressar em frases curtas e quase sem sentido, seria melhor ao debate que trouxesse argumentos baseados em ciência (sejam genéticos, ecológicos, bioquímicos, toxicológicos ou outros). Avaliação de risco não é assunto que se possa discutir seriamente sem os conhecimentos mínimos de ciência ou ao menos sem aurir deles a seiva.
      Eu insisto, por isso, na versão original da frase em alemão: Wer nichst weiss, muss alles glauben. E, como cientista, evito a presunção idiota de achar que sei tudo, coisa, aliás, que todo bípede implume deve fazer.

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      • voza0db
        10 de Maio de 2015

        Ó Paulo… Começaste cedo com a conversa dos “ataques pessoais”!

        Diz-me que é mentira o que escrevi?

        Quanto ao resto…

        “argumentos baseados em ciência” algo que de ti até agora está em estado de perfeita NULIDADE pois ainda não li nada que roce um argumento baseado na tal da ciência!

        Apenas frases soltas e slogans pró fluxo monetário…

        “evito a presunção idiota de achar que sei tudo” da maneira como andas a comentar olha que não parece.

        Mas não te preocupes… A tua fonte de rendimento não vai secar!

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      • Paulo Andrade
        10 de Maio de 2015

        Caro voza0db

        O trecho citado sobre o efeito da proteína Cry1Ab em abelhas remete ao trabalho de Ramirez-Romero e cols., de 2008 (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18206234), que é conhecido de todos os avaliadores de risco de OGM. Os experimentos mostram que, numa exposição a níveis elevados de proteína Cry1Ab (5.000 ppb), poderia haver alteração de comportamento. Mas os próprios autores, reconhecendo que a exposição não chega nem perto disso (“Therefore, a nurse may consume 62.4 mg of corn pollen in 12 days (80% of 78 mg). If this pollen comes from modified Bt corn ‘‘event176’’, each nurse will ingest a maximum of 312 ng of Cry1Ab protein in 12 days (62.4 mg 5000 mg kg1 ). When that dose is compared with our observed effect dose (5000 ppb ¼ 600 ng bee1 in 12 days), it seems that drastic impact on colony performance is unlikely”), acrescentaram um ponto de interrogação no título do artigo e não concluem, de forma alguma, que haverá danos na prática..

        Além disso, os autores não mencionaram que as abelhas não polinizam o milho e que, na verdade, raramente o visitam se houver qualquer outra fonte de néctar disponível. Os apicultores, por isso, evitam posicionar suas colmeias nas proximidades de milharais, porque isso implica em maior esforço das abelhas em busca de fontes adequadas de néctar. Somando isso às contas que já estão no paper, fica mais do que evidente que o risco é, efetivamente, nulo.

        A outra citação refere-se a um conhecido trabalho do grupo do Séralini. Os artigos deste pessoal são todos enviesados e não merecem ser considerados seriamente. De toda forma, o artigo foi amplamente refutado e desmentido pelos cientistas no Mundo todo.

        A avaliação de risco funciona assim. Não adianta apenas mostrar que poderia haver um dano numa determinada circunstância: é indispensável unir isso à exposição. E a via de exposição tem que ser biologicamente plausível.

        PS1. Minha fonte de renda não vai secar: sou funcionário público.
        PS2. Você pode ir lá site do StopOGM e trazer trechos de qualquer um dos 27 trabalhos que eles listaram como fundamentais. E continuar esta discussão bizantina, porque esquece que há ao menos 1500 outros que não vêm problema algum e que os tais 27 já foram amplamente rebatidos e desacreditados. as para im será uma perda de tempo, servindo apenas de diversão a alguns leitores.

        Ciência é coisa séria, não basta repetir como papagaio o que seu site preferido alardeia.

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  5. voza0db
    10 de Maio de 2015

    Paulo… Já parece o ‘H’omo asinus que andava lá pelo meu espaço virtual, sempre a afirmar coisas que não faço, como por exemplo “ir lá site do StopOGM”! Mas enfim, já vi que é mal dos auto-etiquetados “cientistas”!

    Mas só para ficar claro uma pergunta simples!

    Quais os prejuízos que o cientista Paulo Andrade consegue enumerar relativamente à utilização de OGM?

    PSx: Os estados também vão à falência!

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    • Paulo Andrade
      10 de Maio de 2015

      Caro voza0db.

      A questão não é de onde tirastes, mas como tu tiras: copias um pequeno trecho, distorces o que o autor queria dizer e chutas para o campo. Isto foi claramente o que aconteceu com o artigo do Cry1Ab em abelhas. Quanto às bobagens do Séralini, é interessante que o cites como se fosse válido, porque mostra o quanto te alinhas com a ciência.

      Quanto aos prejuízos dos OGMs (tomando como base apenas as plantas e falando só dos prejuízos), estou certo de que eles criaram uma dependência tecnológica grande para o agricultor e, indiretamente, para o país. Mas isso é transiente: um país que depende fortemente da agricultura deve investir no desenvolvimento de plantas transgênicas com empresas nacionais. No Brasil e na Argentina os pesquisadores das universidades e centros de pesquisa associam-se a empresas governamentais e a empresas privadas e colocam novos produtos no mercado. A EMBRAPA brasileira tem soja GM no mercado, desenvolveu inteiramente no país o feijão GM e deve em 4 ou 5 anos trocar a base toda de feijão convencional pelo GM (resistente ao vírus mosaico dourado). A FuturaGene acaba de aprovar um eucalipto GM e no pipeline seguirão laranja, mandioca, cana-de-açúcar e outras plantas importantes para o mercado interno e externo, tudo desenvolvido por empresas nacionais.

      Para isso é preciso investir em pesquisa, apoiar a ciência e não tomar decisões com base em percepção de risco, mas sim na avaliação de risco. Se um país procede baseado em ciência, pode ainda assim ir à falência, mas se for o oposto, é certo que entrará num buraco.

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      • voza0db
        11 de Maio de 2015

        Pronto… Os prejuízos são apenas e só: dependência tecnológica!

        Mais palavras para quê…

        E para terminar pois o teu tipo de “ciência” já a conheço de ginjeira resume-se a “todos enviesados e não merecem ser considerados seriamente.”

        O que até tem lógico visto que além da dependência tecnológica tudo o resto é NULO!

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  6. Paulo Andrade
    11 de Maio de 2015

    Há algo que me deixa frustrado nestas discussões pela internet: a ideia de que os técnicos e cientistas que sentam nas agências reguladoras sejam todos vendidos aos interesses da Monsanto e das outras cinco grandes empresas de sementes. No meu país acusam os membros da CTNBio de venderem a alma ao diabo, os argentinos dizem o mesmo da Conabia, os europeus dizem que a EFSA é uma filial da Monsanto, os americanos acusam a EPA, a FDA e todos os demais órgãos que se pronunciam sobre os transgênicos, na Austrália o OGTR é saco de pancada e por aí vai. Mas os que fazem estas acusações não conhecem ninguém que senta nestas agências e que gasta uma enormidade de tempo avaliando os riscos dos produtos no pipeline das aprovações. Os acusadores sabem vagamente que são pesquisadores, em geral de órgãos de governo (universidade, centros de pesquisa), mas não os conhecem minimamente.

    Trabalhei seis anos como membro da CTNBio, carregando pedra e levando pancada, sendo chamado de vendido, ladrão, corrupto, irresponsável e outros elogios por gente que nunca me viu, não sabe quem eu sou, nunca consultou meu curriculum vitae para ver o que faço nem quem me paga. A mesma coisa acontece com todos os meus colegas das várias agências.

    Por que aceitamos um cargo destes? Porque julgamos que a avaliação de risco é essencial para rejeitar ou adotar um produto inovador. E porque sabemos que novas tecnologias podem representar a diferença entre avançar e gerar renda e bem estar, com sustentabilidade, ou ficar para trás, de enxada na mão e queimando carvão no fogão. A adoção de novos produtos com responsabilidade é uma necessidade de um país produtor, como o meu. A biotecnologia agora nos dá plantas que interessam mais ao agricultor do que aos demais segmentos da nação, mas logo teremos alimentos com melhores qualidades nutricionais, que demandam menos água e que se desenvolvem em solos pobres, o que interessa a todos. Banir de meu país uma tecnologia promissora por causa de riscos que consideramos,após exaustiva avaliação, como pequenos ou negligenciáveis, é muito pouco sensato.

    Entretanto, entendo que a Europa não precise das plantas transgênicas porque sua agricultura não tem peso no PIB. O agricultor europeu pode prescindir de tecnologias mais modernas, desde que seja subsidiado, como na França e na Alemanha. Façam o mesmo em Portugal e ninguém mais vai plantar transgênicos.

    Devido às imensas diferenças de percepção da importância da tecnologia e de seus riscos entre os europeus e os americanos (do sul e do norte), o diálogo é muito difícil. Quando se acrescenta a ele o tempero das acusações de venda de almas ao diabo da biotecnologia, o diálogo se encerra.

    PS. Lá no meu curriculum vitae talvez transpareça o trabalho de longos anos que desenvolvo com as comunidades mais pobres da bacia do rio São Francisco, com preservação ambiental, luta pelos direitos dos mais fracos e respeito ao próximo e à Natureza. Assim, não estou do lado oposto aos que lutam pela Natureza, mas não vejo pelo em ovo, só isso.

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    • Phi
      12 de Maio de 2015

      Paulo,

      Como explica os fortes lobys que as empresas como a Monsanto fazem junto dos governos e entidades reguladoras até aos negócios sujos das mesmas como a compra e desacreditação de laboratórios que começam a investigar os OGM’s de forma independente.

      http://www.dailykos.com/story/2015/03/27/1373484/-Monsanto-s-Discredit-Bureau-Swings-into-Action

      O Paulo diz que defende a sustentabilidade, o respeito ao próximo e à Natureza. Mas na prática anda por aqui a promover as monoculturas de plantas frankenstein com rega à base de agrotóxicos, não lhe parece hipócrita? Não viu os documentários que o autor do blogue postou? Não reparou que desde a teoria dos laboratórios às práticas e realidades no terreno existem enormes discrepâncias? Como explica todos aqueles casos de malformações na Argentina e afins? Porque vocês não encontram as relações causais quer dizer que elas não existem? Pouco sensato é o Paulo vir para aqui referir a exaustiva avaliação, quando existem n estudos que referem que existem n factores em falta a serem estudados sobre os OGM’s. Gostaria era que me indicasse alguns estudos cohort sobre a exposição humana e animal a longo termo a tais experimentos agrícolas. E já agora, alguns benefícios não monetários de tais culturas. É que as promessas de reduzir o consumo de agrotóxicos e acabar com a fome, essas saíram furadas…

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  7. Pingback: Conferência «GMO-FREE EUROPE 2015» em Berlim | A Arte da Omissao

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This entry was posted on 8 de Maio de 2015 by in Industria Alimentar, ogm, Saúde and tagged .

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