Dinheiro honesto!

Henry Ford disse uma vez, “É bom que o povo da nação não entenda o nosso sistema bancário e monetário, pois se o fizessem, acredito que haveria uma revolução antes de amanhã de manhã.”

O sistema em si, pretende confundir-nos com todo o novelo da política monetária, dinheiro fiduciário (Moeda sem valor intrínseco ) e inflação. E é uma atitude global.

Banqueiros e políticos trabalham lado a lado há muitas décadas e encobrem as suas atividades do público. Escondem-se atrás de estruturas elaboradas e projectadas para inflacionar a oferta de moeda enquanto criam a falsa impressão de que estão a olhar pelos nossos interesses.

Inflação é um conceito muito simples de entender: mais dinheiro = menos valor. Pode parecer contraditório, mas é assim.

Um exemplo para ilustrar este conceito: numa bela manhã, você acorda e percebe que possui duas vezes mais dinheiro do que tinha na véspera. “Elfos” mágicos do dinheiro entraram na sua casa e a sua conta bancária simplesmente duplicou. Você está agora duas vezes mais rico. Mas em breve percebe que a mesma coisa aconteceu a todos os outros no país. A oferta da moeda (montante total de dinheiro) duplicou! É apenas um evento único mas o seu rendimento permanece igual…desta vez teve sorte. Não há problema em sonhar, portanto, pode ficar com ele.

Mas o que acontece a seguir? Se for como a maioria das pessoas, provavelmente começará a gastar, comprará coisas que sempre desejou, pagará também algumas dívidas e comprará acções. Resumindo, colocaria o novo dinheiro em circulação, (pelo menos é o que a maioria das pessoas fariam). A procura para muitos produtos aumentou, pois muito mais pessoas os podem comprar agora. Os consumidores compram tanta coisa que a escassez acaba por ocorrer. Para se protegerem contra estas faltas, as lojas e empresas decidem aumentar os seus preços. Eles sabem que logo  que os preços sobem, menos pessoas irão competir para comprar os mesmos produtos e a situação voltará ao normal.

O efeito colateral dos preços mais elevados, é o aumento dos lucros dos proprietários das lojas. Ficam com mais dinheiro nas suas contas bancárias o que lhes permite aumentar os seus gastos. Vão investir em novas ações ou expandir os seus negócios. Podem pagar dividendos aos seus investidores e bónus aos seus empregados, permitindo que estas pessoas também  possam  comprar mais produtos. Esta demanda adicional coloca ainda mais pressão sobre outras lojas para aumentarem os seus preços. Alguns meses mais tarde, subiram os preços de quase tudo. Fornecedores e fabricantes são confrontados com a mesma ameaça da súbita e demasiada procura dos seus clientes e então também decidem começar a cobrar mais.

Você entrou na onda de uma grande compra e veja o que aconteceu! Sua renda permaneceu igual, mas depois de algumas semanas vê que não pode comprar os produtos que sempre comprou porque todos os preços na economia subiram.

Naturalmente, você vai procurar por um salário mais alto ao seu empregador. Se trabalha por conta própria ou tem negócios, tem que cobrar mais aos seus clientes apenas para manter o seu padrão de vida. Toda a gente está na mesma situação. Os preços elevados espalham-se ao longo de toda a economia e cada vez mais é difícil ganhar a vida.

Como é que este incidente único e sortudo que inicialmente parecia tão emocionante, se tornou extremamente prejudicial não apenas para você, mas para todo o país? Por breves momentos viveu uma boa fase, mas agora está pior do que antes. Na nossa história,  existem agora duas vezes mais dólares em circulação, mas a sua renda permanece a mesma e cada dólar que ganha vale cerca de metade do que costumava valer. Você está de novo  à espera que os Elfos do dinheiro regressem.

Algumas pessoas, empresas e bancos conseguiram desenvolver uma conexão com os elfos do “dinheiro”, permitindo-lhes receber novo dinheiro nas suas contas bancárias sempre que quiserem. O dinheiro é oficialmente um empréstimo (crédito), que sabem que nunca terão de o restituir… Interessa é que o dinheiro role, ou seja, interessa aumentar ainda mais a dívida. Com este dinheiro fácil nas suas contas e após saberem numa audiência na TV que as acções sobem e que os preços dos imóveis continuarão a subir para sempre, eles tendem a ficar um pouco tontos e começam a tomar más decisões de investimento. No entanto e por saberem que se alguma coisa má acontecer aos seus investimentos, serão socorridos pelo governo, não hesitam em assumir riscos enormes com a sua nova “riqueza”.

Vamos parar de sonhar e olhar para a realidade das coisas. E se vos disser que estes elfos do “dinheiro” existem na realidade e que  entram em ação não apenas uma vez na vida mas a cada duas semanas? E que repetidamente dão dinheiro aos seus amigos mais próximos, mas não a você? Os preços sobem porque a quantidade total de dinheiro em circulação aumenta.

Este é o cenário da inflação. Quem beneficia com a inflação? Somente os que estão no topo desta pirâmide e que recebem o dinheiro novo directamente da fonte. A fonte é a Reserva Federal e os seus destinatários são: o governo que recebe “emprestado” um monte de dinheiro novo a cada ano, sem qualquer intenção de o devolver,  os bancos falidos que são “resgatados” para o bem da “economia” e empresas de defesa que recebem dinheiro novo para construir meios militares para que possamos ter uma presença constante no mundo inteiro e lutar guerras intermináveis e desnecessárias. 

O que é então, a moeda fiduciária? É exactamente o que está descrito atrás: dinheiro que pode ser aumentado num estalar de dedos por alguém poderoso ou por uma organização. Hoje em dia a maioria dos dólares são apenas sinais electrónicos num ecran de computador, daí ser extremamente fácil para a Reserva Federal criar dinheiro sempre que quiser.

Se a nossa moeda tivesse um contravalor em ouro e prata, os “elfos” do novo dinheiro já não poderiam fantasiar em o criar só com um apertar de um botão. Teriam que se envolver em  negócios honestos com outro partido que tivesse ainda algum ouro. Como alternativa, teriam que arriscar as suas vidas e bens para encontrar um local adequado para construir uma mina de ouro, e de seguida sujarem-se e suarem para o desenterrar.

Como se pode ver, a inflação e a moeda fiduciária são sedutoras e benéficas para aqueles que estão no topo e muito perigosas para todos os outros e para a nação como um todo. Era disto que Henry Ford se referia. Ele sabia que cada país que dependa de dinheiro que não tenha um contravalor em reservas físicas, mais cedo ou mais tarde cai arruinado.

Só há uma possível solução para o problema da inflação: parar a criação de dinheiro a partir do nada. Estamos todos numa tal bagunça que a única maneira de ter um impacto real sobre a oferta de moeda é aumentar as taxas de juro para que as pessoas paguem os seus empréstimos e peçam menos dinheiro emprestado aos bancos, de forma a diminuir a quantidade de dinheiro em circulação. No entanto, taxas mais elevadas de juros podem mandar abaixo a economia. Infelizmente a solução actual que o Fed tem para vencer a inflação é … criar ainda mais inflação.

Moeda fiduciária é um vício perigoso. Mesmo que o Fed encontre uma maneira de parar a inflação, enquanto o actual sistema persistir na tentação, acabará por apertar de novo no botão do dinheiro fácil. É por isso que precisamos de regressar ao antigo padrão do ouro e eliminar completamente a Reserva Federal.

Mas tal não vai acontecer “antes de amanhã de manhã”, como disse Henry Ford, ou mesmo neste ano. Ron Paul acredita que o primeiro passo para a liberdade monetária é permitir  a concorrência entre moedas. Se o ouro e prata fossem permitidos como moeda legal e fossem vendidos sem imposto de vendas, todo mundo os poderiam usar para armazenar riqueza e como forma de pagamento. A reserva federal, teria por fim uma motivação interessante para se tornar honesta e manter o valor do dólar, caso contrário correriam o risco de perder todos os seus clientes.

Ron Paul tem sido um defensor do padrão-ouro e da concorrência aberta em moedas há muitos anos. Ele é o adversário mais sincero da Reserve Federal no Congresso e tem frequentemente questionado, Alan Greenspan e Ben Bernanke, sobre as ações do Fed.

Fonte: http://www.ronpaul.com/on-the-issues/fiat-money-inflation-federal-reserve-2/

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Embora o artigo se refira aos Estados Unidos, a moeda fiduciária globalizou-se assim como o respectivo risco. O exemplo mais recente foi a crise financeira global de 2008.