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Tradução do artigo Premières attaques de drones simultanées sur un champ de bataille
de Thierry Meyssan
Pela primeira vez num campo de batalha, os drones foram usados num enxame. Embora ele tenha falhado modifica drasticamente as tácticas de combate.
Rede Voltaire | Damasco (Síria) | 9 de Janeiro de 2018
Durante onze anos, os especialistas militares debatem como coordenar drones para atacarem na formação de enxame. Sabemos que o Irão e especialmente a China dominam essa técnica [1] «tradução». É provável que outros Estados, incluindo Israel, Estados Unidos, Rússia e Canadá, também sejam bem-sucedidos.
Na noite de 6 de Janeiro de 2018, os drones atacaram as bases militares russas de Tartous e Hmeimim. Três contra a base da marinha e 10 contra a base aérea. Estes ataques não estão relacionados com os ataques com morteiros de 31 de Dezembro de 2017, que deixaram dois mortos e 10 feridos em Hmeimim.
Durante o ataque com drones não identificados, outros quatro de observação da Marinha dos Estados Unidos seguiram as reacções russas. O exército russo derrubou sete drones, 3 foram pulverizados ao aterrar e os outros três foram recuperados intactos.
O estudo dos drones apreendidos estabeleceu que essas máquinas com uma capacidade de voo de cerca de 100 quilómetros viajavam a cerca de 50 km/h e eram coordenados por satélite através de meios analógicos e não digitais. Eles carregavam obuses caseiros para destruir navios na doca e aeronaves no chão.
Além disso, tratava-se de materiais muito simples, já utilizados nos campos de batalha no Iraque e Síria. A novidade é a sua utilização coordenada por satélite.
O exército russo continua ainda com as suas investigações, em particular para determinar qual satélite foi usado e qual o Estado que o possui. De acordo com o jornal Kommersant, a hipótese mais provável é que esses drones foram armados por jihadistas do grupo Ahrar al-Sham.
O grupo Ahrar al-Sham foi criado pela Irmandade Muçulmana Egípcia antes da guerra contra a Síria. Inclui vários companheiros de Osama Bin Laden. O seu “Ministro dos Negócios Estrangeiros”, Labib al-Nahhas, é um oficial britânico do MI6. No final do 2016, Ahrar al-Sham assinou um acordo com a Rússia a reconhecer as “zonas de exclusão” mas que não respeitou.
Adrian Rankin-Galloway, porta-voz do Pentágono, disse à agência RIA Novosti que os drones que atacaram as instalações militares russas na Síria estavam “facilmente acessíveis” no mercado. No entanto, o Ministério da Defesa russo assegurou que estes drones tinham sido instalados na Síria por especialistas e que eram coordenados por satélite. Além disso, o Pentágono admitiu ter utilizado pela primeira vez drones de reconhecimento da Global Hawks, na linha de demarcação de Donbass nos dias 1 e 7 de Janeiro, ou seja, depois dos dois ataques na Síria.
Se esta tecnologia falhou no campo de batalha diante do exército russo que possui as armas antiaéreas mais poderosas do mundo (Pantsir-S1) e um sistema de desconexão do comando da NATO, poderia vencer num outro ambiente.
De acordo com o jornal russo Izvestia, o Ministério da Defesa da Rússia e a agência russa de serviços de informação (FSB) estão a estudar a criação de unidades especiais de luta contra drones. No entanto exército o russo está já dotado de uma unidade especializada na defesa de alvos fixos visados por drones, foguetes simples, mísseis de cruzeiro, sistemas de armas de precisão, aviões tácticos e helicópteros de ataque
Ao os transferir para um grupo terrorista, os anglo-saxões mesmo que mantenham a coordenação por satélite anunciam uma mudança radical no campo da segurança e defesa.